Análise Estatística, Conhecimento das Equipas ou Intuição? Qual o Melhor Factor nas Apostas Desportivas?

Sejam bem-vindos, investidores desportivos!

A maioria dos apostadores, quando se está a iniciar ou já se iniciou e está à procura de se consolidar vê-se, frequentemente, confrontada com o dilema sobre qual, ou quais os factores mais importantes a considerarem, no momento de se preparar para intervir, apostando, num jogo.

Será a análise estatística o Santo Graal das apostas desportivas, ou é o conhecimento de cada equipa o segredo da lucratividade? Ou será nenhum destes dois e sim o feeling e a intuição (sobretudo para os apostadores que actuam em live)?

Análise estatística

A análise estatística é uma ferramenta poderosa que nos permite traçar cenários expectáveis, a partir de eventos ocorridos e confirmados. Partimos de premissas que já ocorreram no passado para “adivinhar o futuro”.

Analisar os números é importante, porque nos permite criar uma determinada expectativa, baseada no trajecto passado dos dois intervenientes em campo. Dados quantitativos como o número de golos marcados e sofridos, o número total de cantos, a percentagem de posse de bola, a quantidade de remates à baliza, o número de faltas, ou a quantidade de cartões, são factores perfeitamente tangíveis e que nos mostram como se poderá desenrolar a partida.

Por outro lado, existem dados, igualmente importantes, mas que dificilmente os encontramos nos habituais websites com dados estatísticos, que correspondem a uma análise um pouco mais qualitativa. Como exemplo temos as equipas treinadas por Pep Guardiola, verdadeiros modelos do que deve ser uma equipa de posse de bola, a controlar os ritmos da partida, mas o que nem todos sabemos é que os seus jogadores são educados e treinados para pressionar e recuperar a posse de bola até cinco segundos após a perda (é facto!).

Um bom exemplo do cruzamento entre a análise estatística quantitativa e qualitativa é algo que a BBC utiliza e que designa por golo esperado, que mais não é do que apontar cenários hipotéticos, baseados nos números das equipas. Ou seja, quando a equipa A defronta a equipa B é frequente ocorrer um golo a partir da cobrança de um pontapé de canto, então neste caso, existe uma forte probabilidade de esperarmos um golo a partir da cobrança de um pontapé de canto.

Conhecimento das equipas

Um paradigma das apostas desportivas e que já aqui foi focado, é a especialização. A especialização, invariavelmente, acaba por levar o apostador a limitar-se a um determinado número de equipas (uns mais do que outros, dependendo claro, da capacidade e da disponibilidade) e quanto mais um apostador conhece uma equipa, melhor preparado está para antecipar cenários, traçar prognósticos com base no que aquela equipa faz, diante de determinado adversário.

Conhecer uma equipa não significa saber qual a medida da boina do Pep Guardiola, ou saber por que motivo o Jurgen Klopp se apresenta a jogo sempre de fato de treino. Conhecer a equipa significa saber como se comporta o Real Madrid quando o Marcelo perde a bola na primeira fase de construção. Conhecer a equipa significa saber para que flanco o Ederson costuma bater a bola, lá de trás. Significa antecipar o passe do Casemiro, saber que o Fejsa entrega a bola à direita, no André Almeida ou no Pizzi e raras vezes na esquerda, no Grimaldo.

Intuição

Eis que é chegada a hora do jogo, estamos sintonizados no canal que está a transmitir a partida e de repente, tudo o que antecipamos está a falhar, nenhum dos padrões que identificamos se confirma, o que fazer? A própria equipa está a portar-se de forma imprevista. Bem, nesse caso há somente uma coisa a fazer do ponto de vista do apostador: ir buscar uma cerveja e desfrutar. Não vale a pena tentar “inventar” uma entrada porque é um red garantido.

Por outro lado, o que muitas vezes vai acontecer é a nossa análise prévia revelar-se errada aqui e ali, mas o nosso conhecimento profundo da equipa, vai-nos permitir antecipar o rumo do jogo e corrigir a nossa posição, cobrindo a nossa aposta inicial ou, se decidimos trabalhar somente em live, permitir descobrir valor nos mercados, dependendo dos padrões comportamentais e técnicos da nossa equipa.

Significa, portanto, que nenhum dos factores, individualmente, é um garante de lucratividade ou consistências, porém, os três combinados contribuem para um melhor apostador, consciente, conhecedor, responsável e consistente.

Esta afirmação é fácil de provar porque algo que todos aprendemos a partir da primeira hora, é a importância de fazer uma análise prévia que permita justificar as decisões que dão origem às nossas entradas.

O que começamos por fazer é uma análise prévia, puramente, baseada em estatística, algo parecido a: equipa A com 10 vitórias, defronta a equipa B com 2 vitórias e oito derrotas, pelo que o meu palpite será vitória da equipa A.

Este tipo de análise acaba por evoluir para uma outra em que os números frios entram como suporte ao comportamento da equipa. Neste tipo de análise o fazemos é enumerar as características de cada uma das equipas e basear cada ponto na análise estatística. Um exemplo: o Borussia Dortmund é uma equipa ofensiva, que joga de olhos postos na baliza adversária e a prova disso são as vitórias que soma, época após época. O tipo de jogo do Borussia, propicia a que em média a equipa some 15 a 20 ataques perigos.

Estas análises, com a prática, tornam-se cada vez mais apuradas e exactas, auxiliando a suportar as entradas em pre-live, ou transportar esta análise e os comportamentos nela reflectidos, para o live e a confirmar-se, permitir a(s) entrada(s).

Um bem haja!